quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Pensar e reagir

Gosto mais de agir do que reagir. Agir implica um pensamento sobre a ação por oposição ao impulso da reação. O tempo corre cada vez mais depressa, a velocidade com que informação e tudo corre é imensa e somos olhados de lado se decidimos para para pensar - estás a perder tempo a ler ou a fazer o quê? - ou concentrar e focar em algo. 

Olho para os meus filhos e fico impressionado com a capacidade que têm de absorver informação e novos conceitos. É quase impossível pedir-lhes para pararem e estarem apenas a observar ou pensar. Era uma coisa boa para se aprender nas escolas - a concentração. É uma capacidade em extinção que se vai tornar num talento.

Pego no tema da pandemia. É fácil falar depois ou enquanto as coisas acontecem. Mas não há ninguém nos ministérios que durante os últimos meses tenha estado a pensar, a analisar, a fazer cenários? Há algum plano, por exemplo, para quando e em que condições poderá haver um desconfinamento? Fazer cenários, baseados em boa informação é um trabalho muito frutuoso e que permite antecipar muitos problemas, definindo planos e medidas para determinadas condições.

Ontem anunciou-se testagem massiva nas escolas. Hoje é anunciado o fecho das escolas. Alguém pensou sobre isto ou estamos mesmo só a reagir?




1 comentário:

Mafalda Viana disse...

Cada vez mais tudo quanto requer do aluno um pensamento mais demorado parece ser um problema. Na minha experiência, lembro-me de me aperceber da sua pouca disponibilidade para o que não é de compreensão imediata e de parar a aula, falar com eles, dizendo, entre muitas outras coisas, que ler um texto, no caso, um texto em latim, implicava da sua parte até também disponibilidade para falhar e que não era como ir ao supermercado onde já está tudo pronto para levarmos, ... enfim, de me aperceber de que tinha de parar para falar com eles e de sentir ao mesmo tempo que já iria porventura um pouco tarde, pois se tratava de alunos com 18 e 20 anos
Há neste problema também alguma coisa de conexo com o facto de cada vez se ler menos, o que, naquele caso específico (e em outros análogos na Universidade) implicava algumas dificuldades que não deveriam ser as de um jovem de 18 anos.
Mas claro que se trata de um problema mais vasto, com outras ramificações, e que não caberia numa caixa de comentário.
Bem haja por este seu espaço na internet.