quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Por onde tem andado, Sr. Mercado?

Viver em capitalismo permite observar comportamentos curiosos.
É maravilhoso quando se vivem períodos de crescimento económico vigoroso e em que toda a gente acha que se deve “deixar o mercado funcionar” e que precisamos é de “menos Estado”. Não concordo mas admito até que possa ser um sistema de governo.
Extraordinário é quando entramos em período de crise e toda a gente se lembra de que o Estado devia mexer nos impostos sobre combustíveis, aumentar apoios a todas as classes profissionais que se lembrem, etc.

Em que ficamos? Ainda está vivo, Sr. Mercado?

terça-feira, 15 de julho de 2008

Pois...

"Um problema não pode ser resolvido com o mesmo tipo de raciocínio que o criou".

Albert Einstein

terça-feira, 8 de julho de 2008

Não me importava de ter sido eu a dizer isto...

"Paulo Portas acusou o Governo de não prever o choque petrolífero. Ficámos a saber que ele teria previsto a duplicação do preço do barril em menos de um ano. Está na profissão errada: devia ganhar a vida a fazer previsões num banco de investimento. Ele estaria rico e nós livres da sua demagogia."

Camilo Lourenço, Jornal de negócios

terça-feira, 17 de junho de 2008

Muito prazer, Sr. Mercado

O Sr. Mercado diz que é preciso que as escolas preparem as pessoas para o mundo do trabalho; que os alunos saiam da escola prontos para trabalhar.

E eu que pensava que seria prioritário formar as pessoas com valores e transmitir conhecimentos para que possam então tornar-se cidadãos activos na sociedade e tomar as suas opções com consciência.

Na posse de tudo isto, estariam então em condições de ingressar em empresas ou afins onde receberiam a formação necessária para o bom desempenho da sua função. Esta, em conjugação com os valores e conhecimentos adquiridos na escola (e não só) permitiria ter trabalhadores íntegros e honestos cidadãos.

Ainda tenho de esperança de que alguém me apresente este Sr. Mercado...

Ah, admirável mundo novo!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A Fome ou a “Vontade de Comer”

Os combustíveis estão caros e (tendencialmente) a subir.
Alguém descobriu que alguns cereais podem ser utilizados (pelo menos parcialmente) na produção de combustíveis, o que seria bom para o ambiente. Esse alguém achou que os senhores que detêm as grandes petrolíferas do mundo eram ingénuos ou passivos e que veriam o seu (gigantesco) negócio ruir sem reacção. Ah, e não é que os ditos estão dispostos a pagar mais pelos cerais para gerar “bio”combustíveis dos quais detêm também o monopólio?
Ah, e não é que, como consequência, a quantidade de cereais disponíveis para alimentação diminui? (esta era inesperada!!!) Então e não é que, segundo as regras do capitalismo (este é muito chato, quando é para puxar para baixo!!!), os preços subiram?
Ah, infames países do terceiro mundo asiático que querem também cuidar da sua vidinha (económica) à custa de países ricos onde deixou de valer a pena produzir alimentos e matérias-primas baratas (ou já nem tanto!).

Será necessário aumentar a produção de alimentos em 50% para garantir que não haverá fome no mundo. Onde é que há condições (e terreno livre) para tal? Em África!
Claro que (aí vem o capitalismo outra vez), só compensará produzir se houver garantia de rentabilidade. Mas e como é que países ricos aceitariam concorrer em pé de igualdade com países miseráveis sem condições (não me parece!). Assim, nem alimentos nem fim da pobreza.
Ganha a vontade de comer.