terça-feira, 17 de junho de 2008

Muito prazer, Sr. Mercado

O Sr. Mercado diz que é preciso que as escolas preparem as pessoas para o mundo do trabalho; que os alunos saiam da escola prontos para trabalhar.

E eu que pensava que seria prioritário formar as pessoas com valores e transmitir conhecimentos para que possam então tornar-se cidadãos activos na sociedade e tomar as suas opções com consciência.

Na posse de tudo isto, estariam então em condições de ingressar em empresas ou afins onde receberiam a formação necessária para o bom desempenho da sua função. Esta, em conjugação com os valores e conhecimentos adquiridos na escola (e não só) permitiria ter trabalhadores íntegros e honestos cidadãos.

Ainda tenho de esperança de que alguém me apresente este Sr. Mercado...

Ah, admirável mundo novo!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A Fome ou a “Vontade de Comer”

Os combustíveis estão caros e (tendencialmente) a subir.
Alguém descobriu que alguns cereais podem ser utilizados (pelo menos parcialmente) na produção de combustíveis, o que seria bom para o ambiente. Esse alguém achou que os senhores que detêm as grandes petrolíferas do mundo eram ingénuos ou passivos e que veriam o seu (gigantesco) negócio ruir sem reacção. Ah, e não é que os ditos estão dispostos a pagar mais pelos cerais para gerar “bio”combustíveis dos quais detêm também o monopólio?
Ah, e não é que, como consequência, a quantidade de cereais disponíveis para alimentação diminui? (esta era inesperada!!!) Então e não é que, segundo as regras do capitalismo (este é muito chato, quando é para puxar para baixo!!!), os preços subiram?
Ah, infames países do terceiro mundo asiático que querem também cuidar da sua vidinha (económica) à custa de países ricos onde deixou de valer a pena produzir alimentos e matérias-primas baratas (ou já nem tanto!).

Será necessário aumentar a produção de alimentos em 50% para garantir que não haverá fome no mundo. Onde é que há condições (e terreno livre) para tal? Em África!
Claro que (aí vem o capitalismo outra vez), só compensará produzir se houver garantia de rentabilidade. Mas e como é que países ricos aceitariam concorrer em pé de igualdade com países miseráveis sem condições (não me parece!). Assim, nem alimentos nem fim da pobreza.
Ganha a vontade de comer.