terça-feira, 18 de abril de 2006

Paradoxo de Epiménides

Era uma vez um acusado que disse: “Enquanto a minha mentira não for desvendada, continuarei mentindo.”
Em seguida o juíz disse: “Se o acusado mentir, seu advogado também mentirá.”
Por fim o advogado disse: “Quem for capaz de desvendar a minha mentira dirá a verdade.”
Qual deles está mentindo?

8 comentários:

Elisheba disse...

....chiii, por mais que pense não chego lá!!

Não, não sou loura!!

Gosto muito de anedotas e adivinhas!!Posta (??!!) mais!!

RI disse...

O acusado!

dulcehelenaguerreiro disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
dulcehelenaguerreiro disse...

- Se o advogado não conseguir desvendar a mentira do acusado, estará mentindo.
- Só o acusado poderá saber se o advogado desvendou ou não a sua mentira, portanto, só ele saberá se o advogado está a mentir
- Se o acusado desvenda a mentira do advogado, dirá a verdade. O advogado será o mentiroso e quem desvenda a mentira (o acusado) dirá a verdade.
- Resta saber se o advogado conseguiu desvendar a mentira do acusado antes do acusado ter dito a verdade (não estou a ver como) ; nesse caso quem mentiria seria o juiz, que afirma que o advogado mente se o acusado mentir.

E a minha mente diz-me que falta aqui qualquer coisa, mas a preguiça instala-se.

Anónimo disse...

o arguido...acho eu

Anónimo disse...

A partir da proposta e dos comentários à mesma, só me ocorre que há paradoxos que convém aceitar...
O triângulo de Sierpinski explica isto melhor do que eu.
Agora não tenho tempo, mas voltarei...

Vicente de Oliveira disse...

Com os dados disponíveis não é possível resolver o enigma...

Anónimo disse...

O acusado é o único em condições de desvendar a mentira do advogado, ao revelar a verdade que ele insiste em ocultar. Se o acusado revelar a mentira defendida pelo advogado, revelará a verdade, e, neste caso dirá a verdade. O que não invalida a frase dita pelo juiz, pois enquanto mentir, o acusado fará o advogado também mentir. Do contrário, isto é, se disser a verdade, não imporá ao advogado o fardo de defender sua mentida. O advogado diz a verdade, e de forma indireta responsabiliza o próprio réu pela obrigação da verdade; demarca desta forma os limites de sua própria ação. O que diz o acusado é a mais pura verdade, em duplo sentido: o não desvelamento de sua mentira implica a perpetuação de tal fato, e é também verdadeiro ao revelar sinceramente, e logicamente, sua intenção em manter a falsidade. No entanto, analisando cada pronunciamento em particular, podemos verificar que a frase pronunciada pelo advogado é paradoxal por si mesma, enquanto as outras aparecem como paradoxo apenas em sua relação com as demais. Em outras palavras: o desvendamento de sua mentira (do advogado) não necessariamente pode se dar apenas pela verdade que se encontra ocultada. Poderá se dar por uma verdade parcial, circunstancial a determinados elementos, e não pela verdade que se encontra em jogo na relação entre os congêneres. Talvez a saída esteja em pensar a partir do objeto em causa, e não unilateralmente a partir da posição de cada um deles frente ao objeto, qual seja: a verdade. No caso do advogado, ele derrapa em suas considerações ao escapar da centralidade da verdade que efetivamente se encontra em causa. O interessante é que ele é o único a usar a palavra no sentido positivo: "verdade", enquanto os outros o fazem apenas pela via a referência negativa, ou seja, da ausência da verdade. O irônico é que o único a mencionar o objeto em causa, leva à ambiguidade, pois introduz a possibilidade de que outras verdades, e não aquela que é motivação da causa em curso, se apresentem como desveladoras da sua mentira.