Acho que uma coisa que nos falta para evoluirmos é mais sentido de comunidade.
quinta-feira, 7 de setembro de 2023
segunda-feira, 28 de agosto de 2023
Justiça e direito
Não fui investigar o assunto, mas imagino que o direito foi criado como um conjunto de regras que tentam assegurar, da melhor forma possível, que conseguimos estar próximos dos valores razoavelmente consensuais que compõem a justiça e para impedir, portanto, possibilidades como a justiça pelas próprias mãos, pois isto seria, em termos práticos, uma lei do mais forte.
Havendo a sensação, por
parte de alguns, de que outros membros de uma comunidade conseguem evitar as
consequências do desrespeito por essas regras, facilmente se dará o caso de estes
acreditarem que não existe uma comunidade mas antes sub-comunidades em que
alguns se movem impunemente. E, a ser assim, facilmente surgirão os que pensam
que não vale a pena contribuir para a comunidade.
quarta-feira, 26 de julho de 2023
Comunidade, igualdade e justiça
A pior coisa que pode
acontecer a uma comunidade é a falta de confiança nos outros membros da comunidade
e nas instituições que a governam ou lhe dão suporte. Essa é a grande
responsabilidade de quem governa ou está à frente de uma instituição pública:
assegurar que a mesma cumpre o seu propósito e, principalmente, que a
comunidade não perde a confiança nela. Ao perder a confiança, nasce em alguns o
sentimento de que não se faz parte dessa comunidade e, nesse caso, valerá a
pena continuar a contribuir para ela? Questões como corrupção e laxismo corroem
a confiança de muitos e os que ficam para trás raramente conseguem regressar.
A continuar…
sexta-feira, 14 de julho de 2023
Guerras
A guerra continua. Há lutas na rua e lutas pelo poder acima. A ordem não é, certamente, esta. A classificação entre bons e maus é uma tentação fácil mas esta é também uma guerra (como muitas vezes ao longo da história) por um modo de vida. Entre um em que podemos fazer escolhas e outro em que muitas delas estão vedadas ou têm consequências inaceitáveis.
quinta-feira, 13 de julho de 2023
Educação?
Decorrem, já há bastante tempo, manifestações dos professores. Contra as condições de trabalho, concursos e progressão na carreira, principalmente.
Não tenho nenhuma
solução mágica mas acredito que a gestão de concursos e de carreiras estar mais
centralizada nas escolas traria vários benefícios.
Mas há um ponto,
para mim, mais importante que este – a escola e os professores. Temas como
sustentabilidade, igualdade de género, saúde, digitalização, erradicação da pobreza,
integração e cooperação dificilmente poderão evoluir de forma significativa sem
uma participação ativa das escolas e dos professores. Assim, estes serão protagonistas
de uma mudança que está e vai continuar a acontecer e terão de ser um dos
braços de uma estratégia para não deixar ninguém para trás. Isto por si só
seria um desafio suficientemente estimulante para muitas pessoas. E, no
entanto, cada vez menos pessoas se candidatam para ser professor.
Volto ao início.
Não tenho solução mágica mas acredito que centrar a profissão naquilo para que está
pensada (e não em incontáveis tarefas administrativas), reconhecimento, remuneração
que permita não ter de pensar em fontes de rendimento adicionais (permitindo
mais tempo pessoal) e maior participação na definição dos percursos educativos
locais serão decisivos para que mais pessoas queiram abraçar esta profissão.
A alternativa é termos
menos professores e, cada vez mais, maior proporção daqueles que o são como
segunda opção.
terça-feira, 27 de junho de 2023
Ainda sobre rankings
Acho que a discussão sobre os rankings das escolas é muito conveniente para quem devia geri-las. Adicionalmente ao que escrevi no post "Sobre rankings", ao ouvir o governo justificar-se com o facto de que há seleção de alunos, etc., etc., ocorre-me o seguinte exercício: vamos imaginar por instantes que não existia ensino privado. Quais seriam os planos para o desenvolvimento e melhoria do ensino e das escolas?
quinta-feira, 8 de junho de 2023
Pai
Aplicava com naturalidade todo o conhecimento que tinha às pequenas situações da vida e tinha uma disponibilidade grande para aprender e ajudar os outros a fazê-lo. Tinha visão, e usava-a principalmente para os outros. Percebia que o conhecimento é indispensável e que as diferenças no acesso ao mesmo são também uma forma de discriminação. Do que me lembro, desde pequeno, ficou-me sempre a ideia de empurrar e desafiar aqueles com que trabalhava a tentarem mais e melhor.
Sem ter pensado
nisso até agora, e estando numa área e num ambiente de trabalho tão diferentes das do pai, é mesmo algo mesmo bom de se fazer e uma forma natural de contribuir para
que o sítio em que trabalhamos seja um (como se diz por aí) “great place to work”.
Acho que, às vezes, ficava
desiludido porque achava que eu poderia atingir mais nos meus estudos. Fiz outras
coisas que, sei, o deixaram contente. Tento replicar a forma séria, íntegra e
corajosa como vivia e estava nas diferentes situações. E nem sempre é fácil.
Acho que ia ficar feliz de
ver os meus rapazitos a correr lá por casa, assistir aos jogos do Daniel,
trocar linhas certeiras com o David e desafiar o Dinis para ver um filme
sentado ao seu colo a comer um bolo.
Com o passar do tempo, acho
que me sinto cada vez mais próximo do pai. No gosto que tenho em ver alguns filmes
de forma repetida. Na facilidade com que choro de orgulho e felicidade com as
mais pequenas conquistas dos meus filhos. Nas fúrias que me dão. Na perceção de
que a felicidade pode estar na forma curiosa como abordamos a vida e, se
calhar, no prazer de estar com os outros, mesmo numa conversa com histórias já
repetidas.
segunda-feira, 1 de maio de 2023
A luta do 2º de maio
Em boa parte do mundo celebra-se hoje o 1º de maio, em homenagem aos manifestantes de Chicago. E bem. Nunca é demais relembrar a importância que a dignidade e o respeito devem ter em todas as relações, e nas laborais em particular.
Esta é uma luta
que não termina pois (felizmente) novas causas vão tendo destaque e precisam de
quem as defenda e lute por elas. Questões laborais respeitantes a género, imigração
e salários são ainda pontos onde estamos longe do desejável.
E como lutar por
tudo isto?
A resposta mais
óbvia irá recair na participação nas manifestações do 1º maio e afins. Mas e
depois? O que fazer quando termina o feriado e recomeçamos no ritmo diário
infernal?
Exigir a nós
próprios disciplina, responsabilidade, brio, empenho, iniciativa, respeito
pelos outros e generosidade no que fazemos.
Exigir aos empregadores
respeito por todos, boas condições de trabalho físicas e humanas, apreço e
reconhecimento.
Exigir ao governo
condições. Condições para que alguém com menos de 35 anos não sinta como única
alternativa digna a emigração. Sem estes, e numa sociedade a mudar mais
rapidamente que nunca, quem irá assegurar a continuidade e evolução das
empresas atuais e criar as empresas do futuro? Condições para que ter filhos
não seja, economicamente, uma decisão de risco. Condições para que quem ficou
para trás na revolução tecnológica e da informação não esteja condenado a uma
vida de trabalhos considerados menores e sem conseguir comunicar com o outro
lado desse mundo. E muitas mais…
A luta do 2º de
maio é fazer o possível por sermos melhores.