Enquanto ouvia distraidamente as notícias, a locutora disse, a certa altura, esta coisa fantástica: "o pólo norte poderá desaparecer dentro de alguns anos".
Durante meio segundo fiquei em pânico...como é que isto sucederá? Será que o primeiro post deste blog afinal poderá ganhar um novo sentido? Que novas leis da física aí virão?
Decidi olhar...afinal é o gelo do Árctico que está a derreter!
sexta-feira, 30 de setembro de 2005
quarta-feira, 28 de setembro de 2005
Um novo universo
Faz hoje 100 anos que foi publicada a "Teoria da relatividade restrita" de Einstein.
Um grande marco na história pois até aí a percepção de Universo era ainda a de Newton (séc. XVII !!!).
Em resumo, a teoria da relatividade restrita afirma duas coisas:
- A natureza do Universo não varia, para um observador, se o seu estado de movimento for alterado.
- A velocidade da luz é a mesma para qualquer observador (a qualquer velocidade) e é independente da velocidade da fonte que a emite. Para além disso, a luz não precisa de nenhum "meio" para se propagar.
Se a 1ª afirmação é bastante óbvia, a 2ª levou a algumas conclusões inesperadas na altura:
- o tempo que decorre entre dois eventos não é o mesmo para dois observadores com velocidades relativas entre si.
- as dimensões de um objecto medida num referencial não serão as mesmas para um observador com velocidade relativa em relação ao primeiro.
- eventos simultâneos num referencial não serão simultâneos num referencial com velocidade relativa em relação ao primeiro.
Sem dúvida, uma data a lembrar!
Um grande marco na história pois até aí a percepção de Universo era ainda a de Newton (séc. XVII !!!).
Em resumo, a teoria da relatividade restrita afirma duas coisas:
- A natureza do Universo não varia, para um observador, se o seu estado de movimento for alterado.
- A velocidade da luz é a mesma para qualquer observador (a qualquer velocidade) e é independente da velocidade da fonte que a emite. Para além disso, a luz não precisa de nenhum "meio" para se propagar.
Se a 1ª afirmação é bastante óbvia, a 2ª levou a algumas conclusões inesperadas na altura:
- o tempo que decorre entre dois eventos não é o mesmo para dois observadores com velocidades relativas entre si.
- as dimensões de um objecto medida num referencial não serão as mesmas para um observador com velocidade relativa em relação ao primeiro.
- eventos simultâneos num referencial não serão simultâneos num referencial com velocidade relativa em relação ao primeiro.
Sem dúvida, uma data a lembrar!
sexta-feira, 16 de setembro de 2005
A força das ideias
Alexander Friedmann, embora desconhecido da generalidade das pessoas, foi um dos grandes físicos e matemáticos do séc.XX.
Reuniu contra si 3 factores que contribuíram para a sua não-popularidade: era soviético, viveu apenas 37 anos e, no período em que Einstein "estava na moda" (literalmente), ousou afirmar que as conclusões que Einstein apresentava para a sua teoria da relatividade geral estavam erradas.
Inicialmente, Einstein não aceitou as demonstrações de Friedmann e foi apoiado pela generalidade da comunidade científica local. Friedmann utilizou então os cálculos do próprio Einstein para demonstrar as suas ideias, vendo assim reconhecido o seu trabalho.
Curiosa é a sua biografia. Nasceu em 1988, filho de um bailarino e de uma pianista. Em 1905 – com 17 anos – escreveu um trabalho sobre os "números de Bernoulli", tendo o mesmo sido publicado na Mathematische Annalen . Terminou os estudos secundários no ano seguinte, ano em que teve também uma actividade política muito intensa. Nesse ano entrou na Faculdade, que terminou em 1910. Foi apontado para o Instituto de Meteorologia em S. Petersburgo do qual se demitiu em 1914 para se oferecer como voluntário para a aviação.
Continuou a estudar durante este período sendo curiosa uma carta escrita ao seu amigo Steklov:
"My life is fairly even, except such accidents as a shrapnel explosion twenty feet away, the explosion of an Austrian bomb within half a foot, which turned out almost happily, and falling down on my face and head, which resulted in a ruptured upper lip and headaches. But one gets used to all this, of course, particularly seeing things all around which are a thousand times more awful. "
Também nesta carta se refere à integração de equações que desenvolveu e pretendia aplicar no lançamento de bombas.
"I have recently had a chance to verify my ideas during a flight over Przemysl; the bombs turned out to be falling almost the way the theory predicts. To have conclusive proof of the theory I'm going to fly again in a few days"
Só em 1920, Friedmann regressou a S. Petersburgo e tomou então conhecimento das teorias de Einstein, tendo então demonstrado que o Universo deveria estar em expansão e não estacionário, como cria Einstein, criando então a citada polémica.
Nos anos seguintes publicou trabalhos nas áreas da mecânica, matemática, meteorologia, aeronáutica e relatividade, tendo morrido em 1925, um mês após uma subida recorde de balão a 7400m para observações meteorológicas e médicas.
O que impressiona é que a quase totalidade dos seus trabalhos foram apresentados entre 1915 e 1925. O período 1914-18 foi a 1º guerra mundial e os dois anos seguintes foram de guerra civil, pelo que, no total, foram apenas 5 anos de "estabilidade" o que é muito curto para a quantidade e qualidade do trabalho feito.
Reuniu contra si 3 factores que contribuíram para a sua não-popularidade: era soviético, viveu apenas 37 anos e, no período em que Einstein "estava na moda" (literalmente), ousou afirmar que as conclusões que Einstein apresentava para a sua teoria da relatividade geral estavam erradas.
Inicialmente, Einstein não aceitou as demonstrações de Friedmann e foi apoiado pela generalidade da comunidade científica local. Friedmann utilizou então os cálculos do próprio Einstein para demonstrar as suas ideias, vendo assim reconhecido o seu trabalho.
Curiosa é a sua biografia. Nasceu em 1988, filho de um bailarino e de uma pianista. Em 1905 – com 17 anos – escreveu um trabalho sobre os "números de Bernoulli", tendo o mesmo sido publicado na Mathematische Annalen . Terminou os estudos secundários no ano seguinte, ano em que teve também uma actividade política muito intensa. Nesse ano entrou na Faculdade, que terminou em 1910. Foi apontado para o Instituto de Meteorologia em S. Petersburgo do qual se demitiu em 1914 para se oferecer como voluntário para a aviação.
Continuou a estudar durante este período sendo curiosa uma carta escrita ao seu amigo Steklov:
"My life is fairly even, except such accidents as a shrapnel explosion twenty feet away, the explosion of an Austrian bomb within half a foot, which turned out almost happily, and falling down on my face and head, which resulted in a ruptured upper lip and headaches. But one gets used to all this, of course, particularly seeing things all around which are a thousand times more awful. "
Também nesta carta se refere à integração de equações que desenvolveu e pretendia aplicar no lançamento de bombas.
"I have recently had a chance to verify my ideas during a flight over Przemysl; the bombs turned out to be falling almost the way the theory predicts. To have conclusive proof of the theory I'm going to fly again in a few days"
Só em 1920, Friedmann regressou a S. Petersburgo e tomou então conhecimento das teorias de Einstein, tendo então demonstrado que o Universo deveria estar em expansão e não estacionário, como cria Einstein, criando então a citada polémica.
Nos anos seguintes publicou trabalhos nas áreas da mecânica, matemática, meteorologia, aeronáutica e relatividade, tendo morrido em 1925, um mês após uma subida recorde de balão a 7400m para observações meteorológicas e médicas.
O que impressiona é que a quase totalidade dos seus trabalhos foram apresentados entre 1915 e 1925. O período 1914-18 foi a 1º guerra mundial e os dois anos seguintes foram de guerra civil, pelo que, no total, foram apenas 5 anos de "estabilidade" o que é muito curto para a quantidade e qualidade do trabalho feito.
sexta-feira, 9 de setembro de 2005
Anaxímenes e as Supercordas
Lia alguns textos sobre Anaxímenes de Mileto em que o autor propõe que o ar é o elemento fundamental de toda a matéria (parecida com a de Anaximandro em que o elemento fundamental é a Água) . Assim, os objectos sólidos seriam ar muito condensado e os gasosos seriam ar mais rarefeito.
Citando o próprio, "A variação quantitativa de tensão da realidade originária dá origem a todas as coisas", o que na prática significa que tudo é uma diferente forma do Ar original variando com a tensão. Exemplifica, dizendo que, quando sopramos com os lábios mais apertados (ex. assobio) o ar sai frio e se expirarmos com a boca aberta o ar sai mais quente.
É espantoso verificar a semelhança destas ideias com a actual teoria das supercordas em que se propõe que os quarks (que compõem as diferentes partículas) serão vibrações de energia. Assim, as diferentes partículas seriam como que diferentes frequências de vibração de energia.
Uma paralelismo com 2500 anos...
Citando o próprio, "A variação quantitativa de tensão da realidade originária dá origem a todas as coisas", o que na prática significa que tudo é uma diferente forma do Ar original variando com a tensão. Exemplifica, dizendo que, quando sopramos com os lábios mais apertados (ex. assobio) o ar sai frio e se expirarmos com a boca aberta o ar sai mais quente.
É espantoso verificar a semelhança destas ideias com a actual teoria das supercordas em que se propõe que os quarks (que compõem as diferentes partículas) serão vibrações de energia. Assim, as diferentes partículas seriam como que diferentes frequências de vibração de energia.
Uma paralelismo com 2500 anos...
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