Os combustíveis estão caros e (tendencialmente) a subir.
Alguém descobriu que alguns cereais podem ser utilizados (pelo menos parcialmente) na produção de combustíveis, o que seria bom para o ambiente. Esse alguém achou que os senhores que detêm as grandes petrolíferas do mundo eram ingénuos ou passivos e que veriam o seu (gigantesco) negócio ruir sem reacção. Ah, e não é que os ditos estão dispostos a pagar mais pelos cerais para gerar “bio”combustíveis dos quais detêm também o monopólio?
Ah, e não é que, como consequência, a quantidade de cereais disponíveis para alimentação diminui? (esta era inesperada!!!) Então e não é que, segundo as regras do capitalismo (este é muito chato, quando é para puxar para baixo!!!), os preços subiram?
Ah, infames países do terceiro mundo asiático que querem também cuidar da sua vidinha (económica) à custa de países ricos onde deixou de valer a pena produzir alimentos e matérias-primas baratas (ou já nem tanto!).
Será necessário aumentar a produção de alimentos em 50% para garantir que não haverá fome no mundo. Onde é que há condições (e terreno livre) para tal? Em África!
Claro que (aí vem o capitalismo outra vez), só compensará produzir se houver garantia de rentabilidade. Mas e como é que países ricos aceitariam concorrer em pé de igualdade com países miseráveis sem condições (não me parece!). Assim, nem alimentos nem fim da pobreza.
Ganha a vontade de comer.
1 comentário:
Inesperada e agradável é a tua volta, à blogosfera.
Parece-me que tens razão quanto à terminologia. Para as ciências naturais é fome. Dentro das sociais, nas políticas de alguns sistemas socioeconómicos, é mais fácil ser tratado como vontade de comer.
Enviar um comentário